16.5.06

"NAVEGAR É PRECISO; VIVER NÃO É PRECISO".
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Para os navegadores da Escola de Sagres navegar era preciso e exato.
Quanto ao viver não era tão preciso.
"Navigare necesse. Vivere non est necesse." (Pompeu, 106-48 aC)

11.5.06

ANTÓNIO ALEIXO O POETA DO POVO


QUADRAS DO MESTRE
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De vender a sorte grande,
Confesso, não tenho pena;
Que a roda ande ou desande
Eu tenho sempre a pequena.
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Poeta, não, camarada,
Eu também sou cauteleiro;
Ser poeta não dá nada,
Vender jogo dá dinheiro.

AGUSTINA BESSA-LUÍS


(...) A energia de Agustina cansa, num país de lírios de água e de gente mordida pelo zelo alheio. Por isto, o lugar de Agustina na literatura contemporânea é um lugar incómodo, onde erros e convicções ressoam a dobrar por tratar-se de uma mulher que nunca reivindicou tal estatuto para se disfarçar de vítima ou pretendente ao trono. E, além de incómoda, Agustina é inquietante, com aqueles olhos de doninha esperta onde se concentra uma atenção aos problemas difíceis (...)

Clara Ferreira Alves
in Expresso, 23 / 1 / 88



Existem muitas diferenças entre Duras e Agustina, mas para além de certas coincidências de palavras, que são (...) certamente mais do que meras coincidências, há algo de comum que apetece sublinhar: qualquer delas tende a passar do estatuto de ficcionista para o estatuto de "maître à penser" (embora a expressão seja obviamente inadequada, porque qualquer uma delas habita uma "pensée sans maître") (...) De certo modo, Agustina como Duras são hoje inquestionáveis. Não quer isto dizer que tenham sempre razão, ou até que tenham razão a maior parte das vezes. Nada disso. Significa apenas que o melhor uso de Agustina, aquele que nos traz melhor proveito de inteligência, é o que aceita que este pensamento nos surge como inquestionável, na medida em que tentar pô-lo em questão é certamente a pior forma de o conhecer.

Eduardo Prado Coelho
A Noite do Mundo

2.5.06

PROFESSORES PESQUISADORES


Surge um novo convívio com professores que só sabem ensinar, transmitindo ao aluno aquilo que aprenderam para um dia reproduzir, com professores-pesquisadores que questionam a realidade, constroem conhecimento e recriam o saber. Este novo professor tem compromisso social. Está inserido. Conhece os seus alunos. O João e a Maria. O bairro e a sociedade. Conhece a realidade e propõe-se a transformá-la. Atualmente, a escola precisa de professores próximos da realidade dos seus alunos. Ajudando a identificar os problemas. Pela pesquisa, o professor, suscitará nos educandos novas atitudes. Os alunos aprendendo a construir o saber, experimentarão o gosto doce da emancipação. A escola cumprirá seu objetivo, ao capacitar o aluno-cidadão para assumir o seu lugar na sociedade, transformando-a, em prol das liberdades individuais e coletivas. O educando torna-se sujeito da sua própria história. O novo cidadão terá a oportunidade de criar e participar na construção de uma nova sociedade.

1.5.06

E QUANDO A ÁGUA ACABAR?

Alguns de nós, ainda não sentimos muito com a falta de água. Mas, ocasionalmente, nos deparamos, aqui e acolá com a interrupção de fornecimento de água. São nestas ocasiões que tomamos consciência dos nossos hábitos inconseqüentes que trazem inúmeras conseqüências. Somos todos uns grandes consumidores que apenas nos preocupamos com a situação presente e com soluções para resolver casos pontuais. Gastamos água sem medir riscos e custos. A grande maioria pensa que sempre teremos água, e esta em abundância. Aqui e ali, é que se percebe que a substância líquida e inodora está em falta e cara. O consumo de água vem aumentado e o seu preço também. Os menos favorecidos economicamente têm pouca água e consomem o líquido não muito transparente que o aguadeiro distribui e vende lá pras bandas da Cidade Olímpica. Lá o consumidor paga caro e não desperdiça.O pior consumidor, é aquele que consome muita água e ainda acha que pagando pode tudo, inclusive desperdiçar. Talvez este comportamento ignóbil tenha a sua sustentação na falsa premissa de que posso dispor da natureza a meu bel-prazer. Pagando, tudo posso. Irresponsabilidade ou desrespeito explícito com o meio ambiente? Será o desconhecimento total da problemática advinda da falta de água ou é o egoísmo prevalecendo sobre o bom senso?“A maioria pensa apenas no próprio umbigo” e ainda “estufa o peito” porque sente muito prazer em consumir. Este consumidor acha que os cuidados com o meio ambiente e com a preservação é coisa de ambientalista que não tem o que fazer. - Rapaz, como são chatos esses caras que vivem falando de ecologia. - Essas Ong’s são fábricas de fazer dinheiro. – É mesmo. Responde o interlocutor incauto.Mas, voltando. Ah! Só mais um parêntese: a mídia, tanto a eletrônica como impressa, serviçais do consumo, bombardeia desesperadamente o consumidor desprotegido, levando-o a consumir compulsivamente. Os servos do consumo, acham “um luxo” gastar, consumir e desperdiçar. Aspirando, aos trancos e barrancos, ao consumismo dos americanos compulsivos. Este Brasil consumista e “moderno” ainda quer ser americano à força, nem que para isso tenha que pagar um preço muito alto.Mas, retornando definitivamente. Para “alegria geral da nação”, está surgindo um consumidor verde ou sustentável. Este novo consumidor está criando uma nova mentalidade. O consumidor comprometido com o meio ambiente vem tomando novas atitudes. Não sai comprando a “torto e a direito”, seleciona e escolhe bem os produtos que vai comprar. Não compra mais por impulso, prefere os produtos que menos contaminam. Reconhece e privilegia as empresas que investem na preservação ambiental. Este consumidor economiza e evita o desperdício de água, tem consciência de que estas “boas maneiras” contribuirão para a melhoria da qualidade de vida. Para ele, respeitar e preservar o meio ambiente é ecologicamente correto e alivia também o bolso.Por último convido a todos a fazermos a lição de casa. As mudanças que repercutirão na sociedade devem começar em casa. Usando racionalmente a energia e a água. Adquirindo equipamentos que recebem o selo Procel. Consumindo produtos ecológicos, evitando assim, o consumo de produtos com impacto ambiental negativo. Assim, veremos de imediato, a melhoria de qualidade de vida e as gerações vindouras agradecerão. Seja um chato, seja um consumidor verde. O planeta azul reconhecerá.